Treinamento do INCOBRA capacita agências que financiam CT&I no Brasil
O objetivo foi tornar mais efetivos os programas de apoio voltados a cooperação entre empresas e ICTs
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- Postado em: jun 30, 2017
- Brasil
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O consórcio internacional INCOBRA organizou, entre os dias 19 e 21 de junho, o workshop “Elaboração de Programas para Ciência, Tecnologia & Inovação”. O objetivo do treinamento, realizado na sede da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), no Rio de Janeiro (RJ), foi conhecer os principais desafios das agências e organizações públicas que financiam CT&I no Brasil para tornar mais efetivos os programas de apoio voltados a cooperação entre empresas e Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs).
Combinando seminários curtos e sessões de treinamento prático, o encontro procurou detectar as necessidades e expectativas dos beneficiários desses programas. Divididos em grupos, os participantes identificaram os principais problemas apontados pelos atores e propuseram maneiras para superá-los, considerando a realidade brasileira.
As empresas Natura e Baterias Moura e os ICTs Fundação CERTI e Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) apresentaram suas experiências de cooperação. Elas apontaram o que tem funcionado, o que precisa melhorar e como as agências de financiamento podem colaborar para isso.
“Fizemos 387 parcerias para projetos de inovação em 2016, mas ainda é preciso adequar expectativas das empresas e dos ICTs”, ponderou Daniela Diogenes, gerente de Inovação Aberta e P&D da Natura, que investe 3% de sua receita em inovação – no ano passado o valor chegou a US$ 60 milhões. “Professores e pesquisadores de universidades não são incentivados a cooperarem conosco. Por outro lado, podemos citar dois pontos facilitadores do processo de integração: as agências de inovação nas universidades e a linhas de crédito dos órgãos públicos que financiam CT&I no Brasil”, completou.
O treinamento também buscou preparar os agentes para futuras parcerias internacionais por meio da exposição de exemplos bem-sucedidos de programas bilaterais e multilaterais da TAFTIE Network, Finep, BpiFrance, ANI e Swissnex. “O valor da cooperação internacional ainda é mal compreendido. CT&I é uma área que ultrapassa fronteiras. É preciso identificar interesses mútuos e alinhar agendas e programas entre empresas e ICTs brasileiros e estrangeiros”, pontuou o gerente do Departamento de Cooperação Internacional e Articulação com os Estados (DCIN) da Finep, Julio Imenes.
A programação foi preenchida com discussões sobre melhores práticas para a elaboração de programas de CT&I, seleção adequada de projetos, gerenciamento e uma apresentação sobre o papel dos escritórios de transferência de tecnologia, em que foram apresentados um caso brasileiro (Inova Unicamp) e um caso austríaco (Universidade de Recursos Naturais e Ciências da Vida - Boku). “Não existe inovação sem a interação entre esses atores, sejam eles brasileiros sejam estrangeiros. Precisamos exercitar a confiança e construir uma rede de cooperação mútua entre as instituições que participam desse processo”, ressaltou Imenes.
O workshop contou com a participação de gerentes de programas e especialistas do Ministério da Ciência, Tecnologias, Inovações e Comunicações (MCTIC), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (FAPs), bancos e agências estaduais de fomento, como o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Banco do Nordeste, Desenvolve MT, Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e AgeRio.
A iniciativa ocorreu por meio da Finep e da Austrian Research Promotion Agency (FFG), com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap). A Finep e a FFG continuarão a coordenar o trabalho neste campo dentro do projeto INCOBRA através de treinamentos, workshops e roadshows no Brasil e na Europa.
Sobre o INCOBRA
O consórcio internacional busca focar, aumentar e aperfeiçoar as atividades de cooperação em pesquisa e inovação (P&I) entre Brasil e União Europeia (UE). É formado por 14 instituições – sete europeias e outras sete brasileiras. O projeto integra um dos subprogramas do Horizonte 2020, iniciativa da UE cujo objetivo é financiar projetos de pesquisa e inovação até 2020.
(Agência ABIPTI, com informações da Finep)