LNCC investe R$ 1,8 mi para investigar interação do zika com células humanas
O objetivo do estudo é traçar um perfil da alteração metabólica provocada pelo zika no corpo humano.
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- Postado em: set 30, 2016
- Brasil
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O Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) investigará a interação do vírus zika no corpo humano por meio do sequenciamento de cultivos de células humanas de diferentes tecidos considerados alvos potenciais de infecção, como neurônios e células-tronco de cordão umbilical. Serão investidos cerca de R$ 1,8 milhão no projeto, chamado SaiZika, com recursos oriundos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
“Queremos estudar o metabolismo, o que muda nessas células quando infectadas. As análises fornecerão dados valiosos sobre os mecanismos de resposta e interação entre o vírus zika e o homem, fomentando futuras estratégias de combate à epidemia", explica a coordenadora da pesquisa, Ana Tereza Vasconcelos, chefe do Laboratório de Bioinformática do LNCC.
Esta abordagem permitirá traçar um perfil da alteração metabólica provocada pelo zika. O estudo tem o intuito de identificar polimorfismos em genes codificantes humanos e estabelecer uma rede de genes de hospedeiros que sofreram mutações em pacientes infectados pelo vírus. "Queremos saber quais são os genes que aparecem numa célula e as suas redes metabólicas. Isso pode ser um alvo importante para uma terapia, para estudos mais detalhados, até mesmo para o desenvolvimento de vacinas", afirma a pesquisadora.
Cerca de 60% do valor recebido pelo LNCC será aplicado na compra de uma máquina de última geração. "Vamos investir cerca de R$ 1 milhão em um equipamento sequenciador que não tem no Rio de Janeiro. No Brasil, existem apenas duas máquinas capazes de fazes as análises dessas células com velocidade e custo menor. O resto do dinheiro será usado para comprar reagentes para o projeto”.
Para realizar o estudo, o LNCC fará uma análise comparativa do transcritoma humano em cultivos celulares de amostras sadias e infectadas pelo zika. Nesta etapa, pretende-se identificar e caracterizar as funções biológicas e vias metabólicas dos genes humanos, que estejam envolvidos em malformações encefálicas. Segundo a pesquisadora, a construção das redes metabólicas destes genes permitirá a identificação de genes e rotas na situação de infecção pelo vírus.
Supercomputador
O supercomputador Santos Dumont, instalado no LNCC, será usado nas pesquisas. A máquina é considerada o maior computador da América Latina e desponta entre os 10 maiores do mundo, com capacidade de realizar 1,1 quatrilhão de operações de soma e subtração por segundo. “Usamos o Santos Dumont para essas e outras análises, o que torna mais eficaz e ágil o trabalho", garante Ana Tereza.
(Agência Gestão CT&I, com informações do MCTIC)