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Brasil se movimenta para surfar a onda da IoT

Governo tem promovido estudos do mercado nacional sobre o tema e rodadas de diálogos com ICTs e especialistas, além de trocar experiências com a União Europeia (UE).

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  • Postado em: set 21, 2016
  • Brasil

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Imagem: InternetO conceito de Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês) surgiu em 1999 em um artigo do pesquisador Kevin Ashton, do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Ele defendia a ideia de que os computadores seriam capazes de observar, identificar e compreender o mundo por intermédio da troca de informações com outros dispositivos conectados à internet. Dezessete anos depois, a IoT é responsável por uma das maiores prospecções no cenário mercadológico atual.

Até 2020, existirão 34 bilhões de dispositivos, em todo o mundo, conectados à internet. Isso significa que são mais de quatro aparelhos para cada humano no planeta. O cálculo é da Business Intelligence (BI) e indica que a IoT tem o poder de provocar uma nova revolução industrial. Apenas a IoT deve demandar investimento, entre 2015 e 2020, de US$ 6 trilhões, que gerarão retorno de US$ 12,6 trilhões na década compreendida entre 2015-2025.

O Brasil não está parado e vem promovendo uma série de ações para não perder a onda da revolução proporcionada pela tecnologia Machine to Machine (M2M), como também é conhecida da internet das coisas. O governo federal vem promovendo estudos do mercado nacional da IoT e rodadas de diálogos com institutos de pesquisa, universidades e especialistas, além de trocar experiências com a União Europeia (UE) sobre o tema.

Uma dessas iniciativas é a ICT Week, evento promovido, no âmbito da cooperação internacional Diálogos Setoriais UE-Brasil, para debater as oportunidades e desafios para o desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação (TICs). O evento, ocorre até sexta-feira (23), em Brasília, dedicou um dia inteiro a debates sobre a internet das coisas.

Para o gerente executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), João Emílio, a estratégia brasileira de estudo e diálogos é mais adequada para diagnosticar o que vai funcionar nas dimensões de desenvolvimento e difusão tecnológica.

“No mundo políticas de IoT estão recuperando a produtividade de empresas, problema que afeta a nossa indústria há algum tempo. Precisamos fazer um diagnóstico completo para não errarmos na execução. Temos que buscar quais são as cadeias nacionais que enfrentarão pressão competitiva no exterior e enxergar quais têm grande capacidade para montarmos um ecossistema global”, avaliou o gerente da CNI.

A IoT já está presente no cotidiano do brasileiro e se fará mais presente à medida que a fabricação de produtos que possam se conectar uns aos outros cresça. Na avaliação do presidente da Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), Sergio Paulo Galindo, os principais desafios para o Brasil são montar um modelo de políticas publica adequado às oportunidades e identificar em quais segmentos ela poderá ser implementada.

Para Galindo, é preciso mudar a maneira de se fazer política pública no Brasil. “A técnica econômica diz que a alocação de capital é mais eficientemente realizada por meio dos agentes privados”, contextualiza Galindo. “Temos algumas oportunidades para montar um ecossistema de escala global, mas isso depende muito dos agentes privados. Temos que dar os instrumentos para o mercado se desenvolver”

Os mecanismos para a política pública de IoT funcionar, na avaliação de Galindo, são investimentos em infraestrutura e pesquisa, disponibilização de capital, poder de compra do Estado para induzir o desenvolvimento de setores chaves, aprimorar o sistema educacional para ter capital humano qualificado para a IoT do futuro.

Juntos o mercado brasileiro de Tecnologia da Informação (TI) e de Telecomunicações correspondem a uma fatia de 8,7% do PIB Nacional. E a tendência é de crescimento. Para aproveitar o cenário positivo, o governo federal precisa adequar algumas normas legais a fim de regular um mercado que não tem limites para crescer.

“Precisamos de segurança jurídica para coisas novas. É o caso de uma de uma Lei de Proteção de Dados Pessoais. Ela deve ser enxuta, moderna, principiológica e que não iniba o investimento”, alerta o presidente da associação das empresas de TICs. “Temos que identificar os pontos onde um marco legal é necessário para dar segurança jurídica, que é tão essencial quanto o acesso a capital para as empresas privadas investirem em um potencial mercado global.”

Entusiasmo e gestão

Durante a ICT Week, o secretário de Desenvolvimento Tecnológico do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Alvaro Prata, ressaltou a importância de estreitar os laços com a comunidade europeia. “Temos muito o que aprender sobretudo na área de manufatura avançada. Estamos entusiasmados com as perspectivas que surgem. A manufatura avançada se faz com tecnologia e conhecimento de alto nível”, disse.

Uma das oportunidades é o fomento à empresas de base tecnológica que já nascem 100% digitais, as startups, que deverão ser beneficiadas na segunda onda de desenvolvimento das IoT. “Na hora que a manufatura avançada começar a ficar mais barata virá uma onda voltada para bens e serviços. Será uma quebra de paradigma em que as pessoas poderão fazer a customização em larga escala”, avalia o secretário de Inovação do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Serviços (MDIC), Marcos Vinícius. “Isso abrirá um segmento de novas startups para software e bens físicos.”

O desafio até lá, segundo o secretário do MDIC, será integrar as startups à cadeia produtiva das grandes empresas. “Isso ainda não está bem definido no Brasil. Estamos fazendo esforços nesse sentido, mas é um desafio muito grande de gestão que teremos que quebrar a cabeça para resolver.”

Decidiu

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aproveitou a ICT Week para anunciar o vencedor da consultoria encomendada para desenhar o plano de ação nacional para Internet das Coisas. A expectativa é de que o consórcio formado pela McKinsey & Company, a Fundação CPqD, e o escritório Pereira Neto Macedo Advogados comece o estudo em novembro.

O plano para Internet das Coisas terá validade de 2017 a 2022. O levantamento vai fazer um estudo completo do mercado, mas terá recursos para uma implantação imediata de ações para remover as principais barreiras para implantação de IoT.

(Felipe Linhares, da Agência Gestão CT&I)

Campo científico: De outros

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